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quarta-feira, 27 de maio de 2009

bollywood, hollywood e exploração




Hoje a Iana apresentou o trabalho de produção sobre o filme sensação deste ano "Slumdog Millionaire". Durante a apresentação referiu que grande parte da campanha promocional se centrou nas diversas notícias que saíram (e ainda vão sair) sobre o filme, mesmo aquelas que acusam os produtores do filme de exploração da miséria Indiana e do elenco Indiano (sobretudo das crianças).

Durante o intervalo acabámos a falar sobre esse assunto. E penso que a opinião sobre o assunto era unânime: apesar de toda a gente sentir pena das condições em que os miúdos estão a viver, a opção da produtora de colocar o dinheiro num fundo ao qual só tem acesso quando fizerem 16 anos foi a melhor que poderiam ter tomado. (OS PAIS ASSINARAM CONTRATO SABENDO DESSA CONDIÇÃO)

O motivo pelo qual toda a gente reclama é puramente ganância (sim, estou consciente que o filme custou 15 milhões de dólares e ja facturou cerca de 345 milhões).
O filme está a ser um sucesso e toda a gente quer uma parte disso. Se o filme fosse rodado em qualquer outra parte do mundo a crítica seria sempre a mesma. as pessoas não podem ver nada a ter sucesso que vem logo a parte da exploração e mais não sei o quê, que quem ganha tanto dinheiro só o consegue a custa dos outros... é sempre a mesma conversa.

Os filmes de maior sucesso Brasileiros são filmes que retratam a miséria das favelas e afins... o mesmo tipo de crítica surgiu na altura... (principalmente a indignação da população pelo retrato negativo da sociedade)

Se os miúdos tivessem acesso ao dinheiro de certeza que os pais já teriam gasto o dinheiro todo. Acontece em todo o mundo com crianças que ganham dinheiro assim...
Aliás, para proteger as crianças, TODAS as produtoras deviam ser obrigadas a usar contratos semelhantes. Não chega limitar as horas e obrigar a produção a contratar tutores... é necessário proteger o cachet deles de pais interesseiros que vêm nos filhos a oportunidade de ganhar milhares (ou milhões) de dólares.

Acho bem que a produção não se sinta obrigada a vir fazer grande acção publicitária a oferecer dinheiro para parar com as críticas negativas. De certeza que os produtores não são uns filhos da puta insensíveis (acredito que ganharam uma relação bastante forte com as crianças - quem já esteve numa rodagem percebe o que quero dizer...), mas qualquer acção que eventualmente façam será sempre criticada e considerada insuficiente. Além disso não podemos ser inocentes: alguém vai chegar e aproveitar-se desse apoio, e as pessoas ( os miúdos) que realmente precisam desse apoio vão continuar na mesma...
Vendo bem penso que a melhor solução seria retirar os miúdos do bairro, e, em vez de garantir a sua permanência na escola até aos 16 seria colocá-los num colégio interno ou algo semelhante (assim a crítica seria que a produção estava a tentar separar as crianças da família...). Assim os problemas de viverem em barracas e da educação estaria resolvido.

PS: sim se fosse eu também gostaria de receber uma percentagem dos lucros... e a esta hora estaria a rogar pragas pela porcaria de contrato que tinha assinado ( muitos actores baixam o cachet mas em troca recebem uma percentagem dos lucros.... mas para isso é preciso ter nome...

EX: TRIVIA - jim Carrey rejeitou um cachet fixo no YES MAN (2008)... tinha recebido 25 milhões em 2003 em "Bruce Almigth". Preferiu 36.2% dos lucros... O filme lucrou cerca de
229 milhões de doláres (custou 70 milhões)... ou seja (se não me enganei nos cálculos) ganhou cerca de 57 milhões ... (caso o filme fosse um fracasso de bilheteiras de certeza que estava a rogar pragas por não ter ficado com os 25 milhões :P)

PS2: Espero que os miúdos não abandonem a escola e possam crescer e realizar os seus sonhos (e se isso for representar, boa sorte :P

(o texto ainda precisa de uma revisão mas não tenho paciência agora...)

2 comentários:

PL disse...

Eu não vi a apresentação, mas já ouvi dizer que a Isabel não viu o filme.

Unknown disse...

Trabalho que envolve crianças tao carentes de tudo é complicado, não se deve dar demasiado, mas também não se pode não dar nada... its life!!

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